O rock'n'roll (mais tarde apenas "rock") assumiu o papel de canal preferencial de expressão da juventude numa época de transformação social. Feminismo, black power, hippiesmo, drogas, meditação oriental, direitos LGBT, todos esses temas eram "subversivos" nos anos 1950...

...e vieram, aos trancos & barrancos, sendo aceitos pelo mainstream, com dificuldades maiores ou menores. O "sistema" contra o qual o rock se rebelou nos anos 50, 60 e 70 veio se tornando + progressista (ainda que reste um caminho enoooooorme a percorrer). Daí vem o nó...

...cognitivo enfrentado por roqueiros TRVE como o ex-Shaman do vídeo, q o vê o papel ideológico do rock não no contexto histórico de seu surgimento, e sim como um valor em si só. Ele vê o ~sistema~ se tornando mais tolerante e inclusivo e liga a chave "HAY SISTEMA SOY CONTRA"...

...sem entender que o rock está do lado dessa porção tolerante do mainstream (e está certo por isso). E que a revolta contra a (ENORME) parte ainda intolerante do ~sistema~ hoje é tarefa do hip hop, do funk e do punk hardcore. (Parentesis: Jello Biafra dizia que punk não é um...

...movimento - que pressupõe organização coletiva, princípios, metas - e sim um ESTILO DE VIDA que prega a liberdade individual dissociada do sistema em todos os aspectos possíveis). Retomando o argumento principal, o raciocínio do shamanista é o mesmo do Roger do Ultraje...

...que protestava contra o sistema em 1985 ("roqueiramente" correto) e agora protesta contra a esquerda pois acredita que hoje a esquerda É o sistema (ah, quem dera...). Resumindo: se o roqueirão redpillado de 2023 fosse jovem nos anos 50, provavelmente seria fã de country...

...music e encararia o rock'n'roll como música do Diabo feita por (e para) niggas'n'faggots.